terça-feira, 15 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aos estudantes de medicina (DRAUZIO VARELLA)

Na coluna de hoje vou resumir as lições mais importantes que aprendi em 40 anos de atividade clínica.
Na verdade, a ideia de reuni-las surgiu semanas atrás, quando o diretor Wolf Maya me convidou para fazer uma pequena palestra para atrizes e atores que interpretavam papéis de estudantes de medicina numa cena da novela das nove.
"Haverá uma classe com alunos e nenhuma dramaturgia, diga o que quiser", propôs ele. Hesitei diante do convite inusitado, mas no fim achei que seria uma boa oportunidade para dizer aos alunos: 1) Tenham sempre em mente que encontrarão mais dificuldade para receber os cuidados de vocês, justamente as pessoas que mais necessitarão deles.
O médico deve lutar por condições dignas de trabalho e por remuneração condizente com as exigências do exercício profissional, mas sem esquecer de cobrar da sociedade o acesso universal dos brasileiros ao sistema de saúde.
2) É fundamental ouvir as queixas dos doentes. Sem escutá-las com atenção, como descobrir o mal que os aflige?
Embora as características do atendimento em ambulatórios, hospitais e unidades de saúde criem restrições de tempo, cabe a nós exigir para cada consulta a duração mínima que nos permita recolher as informações imprescindíveis.
Com a prática vocês verão que ficará mais fácil, porque aprenderão a orientar o interrogatório, especialmente no caso de pessoas prolixas e pouco objetivas. O desconhecimento da história e da evolução da enfermidade é causa de erros graves.
3) Medicina se faz com as mãos. Os exames laboratoriais e as imagens radiológicas ajudam bastante, mas não substituem o exame físico.
Esse ensinamento dos tempos de Hipócrates deve ser repetido à exaustão, porque a tendência do ensino nas faculdades tem sido a ênfase nos exames subsidiários em prejuízo da palpação, da ausculta e da observação atenta aos sinais que o corpo emite.
Como consequência, cada vez são mais frequentes as queixas de que o médico pediu e analisou os exames e preencheu a prescrição sem chegar perto do doente.
Não culpem a falta de tempo nem tenham preguiça, em cinco minutos é possível fazer um exame físico razoável. Tocar o corpo do outro faz parte dos fundamentos de nossa profissão.
4) Procurem colocar-se na pele da pessoa enferma. Quanto mais empatia houver, mais fácil será compreender suas angústias, seus desejos e seu modo de encarar a vida.
Não cabe ao médico fazer julgamentos morais, impor soluções nem decidir por ela, mas orientá-la para encontrar o caminho que mais atenda suas necessidades.
5) Medicina é profissão para quem gosta muito. Exige do estudante bem mais do que as outras: seis anos de graduação, dos quais os dois últimos são dedicados ao internato, que não por acaso recebeu esse nome.
Depois vem a residência, com três, quatro e até cinco anos de duração. O dia inteiro nos hospitais públicos, os plantões de 24 horas, as jornadas intermináveis.
É a única profissão que obriga o trabalhador a cumprir horários que a abolição da escravatura eliminou.
Por exemplo, trabalhar o dia inteiro, entrar no plantão noturno e emendar o expediente do dia seguinte; trinta e seis horas sem dormir.
Existe outra categoria de profissionais em que essa prática desumana faça parte da rotina?
Se o exercício da medicina já é árduo para os apaixonados por ela, é possível que se torne insuportável para os demais.
Se vocês escolheram segui-la apenas em busca de reconhecimento social ou recompensa financeira, estão no caminho errado, existem opções menos sacrificadoras e bem mais vantajosas.
6) Medicina é para quem pretende estudar a vida inteira. É para gente curiosa que tem fascínio pelo funcionamento do corpo humano e quer aprender como ele reage às diversas circunstâncias que se apresentam.
O médico que não estuda é mais do que irresponsável, coloca em risco a vida alheia.
7) Finalmente, para que foi criada a medicina? Qual a função desse ofício que resiste à passagem dos séculos?
Embora a arte de curar encante os jovens e encha de prazer os mais experientes, não é esse o papel mais importante do médico. É interminável a lista de doenças que não sabemos curar.
A finalidade primordial de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano.

domingo, 23 de outubro de 2011

Dominical

Os dois namoraram cinco anos e se casaram há sete. Ele tanto não a observa que nunca pensou que ela pudesse satisfazer-se depois de fazerem amor. Ele não sabe qual a cor preferida dela, nem o que ela pediria para beber caso lhe faltasse a própria voz. Nos aniversários, pede para uma amiga escolher um presente bonito, e não consegue decifrar todas as linhas que ela diz sem dizer.
A hipocrisia que leva os seres a não sentirem-se a vontade para andar nus em sua própria residência.
"Há os vizinhos" ela diria, e ele não aceitaria suas formas arredondadas à claridade das cortinas entreabertas. Ambos sós.

domingo

Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. (Guimarães Rosa)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pode ser qualquer coisa


Sou uma perdida nesse mundo.
Juro que não entendo porque vim ao mundo nessa geração, em pleno anos 80, pra viver essa diversidade toda!

Sem muitas justificativas, eu adoraria me definir como uma "blogueira" de uma coisa ou outra, coisas sobre as quais me interesso, no caso de eu ser a dona de um blog. Mas meu ecletismo é tão amplo que fico perdidona, mas não perdida sem caminho, mas com muitos caminhos.
Leio muuuitos blogs sobre muuitos assuntos. Tenho fases, e outras que não passam.
Gosto de fotos. Gosto de palavras. Gosto de pessoas, animais, viagens, culturas, e artigos de decoração. Gosto de roupas, looks. Gosto de poesia e amo crônicas, conto. Relato. Palavras, ah as palavras! Gosto de patchwork, de bolsas, de tecidos, de cores, de almofadas. Sofás, almofadas, gatos.
Gosto de música, nem todos os estilos (claro).
Gosto de redes sociais, mas me ligo mais a uma ou outra, e me afasto da maioria.
É muito ecletismo e espontaneidade. Sério, me perco.
E vai faltar muito (MUITO) ainda sobre tudo o que me interessa nesse universo.

Sou uma blogueira pouco assídua e não quero me desculpar por isso,
quero encontrar esse caminho - essa especialização em uma coisa específica que "todo mundo" encontra. Ajuda aí, força superior!

No mais, sem mais.

É setembro, amanhã é sábado. ALEGRIA!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

(siga o seu coração, independente de quantos anos vc tiver)

DA MINHA PRECOCE NOSTALGIA

Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de Porto, dizer a minha neta:
- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar. E assim, dizer apontando o indicador para o alto:
- O nome disso não é conselho, isso se chama corroboração! Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte. Por isso, vou colocar mais ou menos assim:

É preciso coragem para ser feliz. Seja valente. Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão. E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação. Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você. Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália. Cuide bem dos seus dentes. Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro.

Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..." Tenha uma vida rica de vida. Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro, tsc, é imprevisível. Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela. Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor. E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.

Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status. A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco! Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de otimizar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você. Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.

Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. Leia. Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim. Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão. Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor. Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza. Era só isso minha querida.

Agora é a sua vez. Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você?

Por Maria Sanz Martins

domingo, 22 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Escrevo porque me dá paz.
Mas é só pra mim.
e fim.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Não pise na grama


(por Fábio Rocha)

Placa inútil e amarela:
“Não pise na grama.”

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

só mais um blogue com teias de aranha virtual.

Mas eu volto :)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Amanha é domingo pede cachimbo

A realidade é a percepção que temos do mundo ao redor.
Dos outros.
Do que pensamos a respeito.
Até do que pensamos a respeito de nós mesmos.

O que é real, o que vc pensa que eu sou?

Esse corpo que respira ao meu lado é algo real.
Ele dorme. Cumpre sua obrigaçao de viver.

Eu o amo.

Love is all we need, not all we are.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Você as vezes não se cansa de ser você mesmo?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A busca consciente

A felicidade não é atingida pela busca consciente de felicidade; ela é geralmente um subproduto de outras atividades. (Aldous Huxley)

Blogueira que geralmente vem a passeio, quero falar um pouco sobre essa busca.
Consciente eu sempre busco estar feliz, ser uma pessoa feliz. Não funciona não. Até funciona, mas nem sempre.
Bom é viver. Estar sempre realizando diversas atividades nos faz dar valor ao que realmente deve ter valor na vida.
TRabalhando, estudando, brincando, cozinhando ou andando de roller no parque se faz amigos. E conhece-se novas felicidades.
A felicidade compartilhada é uma das mais completas.
Aprendi a moles penas se comparada com Alexander Supertramp que sonhou em viver no Alasca(INTO THE WILD - movie).
Já sei que a felicidade existe nas e com as pessoas. Pra mim funciona melhor quando entendo assim. O paradoxo é que a infelicidade também.

Só um pouco, pra começar a discussão interna.
Pode ser que eu esteja enganada.

A ideia inicial do post não era essa. Mas o twitter sempre me pega de jeito com seus quase 140 caracteres de sabedoria free. Pra mim é assim.

Foda-se se pra você não. (Hey mãe e irmã mais velha, vcs não precisam ler isso, o linguajar é inapropriado, sorry.)